Trago no sangue a cor alabandina
Da cor da espécie de quartzo
Vermelho escuro a que também
Rubi-negro espinela se chama
Abre-me om um golpe de alabarda
Feito uma alabardada
Verás escorrer pela ferida
Meu sangue de alabardeiro
De arqueiro alabardino
Não este sangue alatoado
Guarnecido com embutidos de latão
Não este sangue que não é de jorrar
Que não é de alatoar
De guarnecer com cintos
Ou incrustações de latão
Mas sim um sangue alaudado
Que jorra como uma música
Que sai dum alaúde
Como o leite dum alavão
As manadas de ovelhas leiteiras
Guardadas pelo alavoeiro coração
Que pastoreia alavães
Enfim superei o espírito alazarado
Deixei de andar como um lázaro
Cheio de chagas alazeirado
Endividado sem crédito
Deixei se ser aquele leproso
Lazarento morfético
Coberto de pústulas
É sair de vez da lazeira
Da miséria da desgraça da fome
Enamorei até duma bela altaneira
Só que foi pela televisão
Na época das crises na Albânia
Não sou mais erva abarã
Da família das canácea
Não ando mais de albarda enchumaçada
De aparelho grosseiro de palha
Para bestas de carga
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