Antes ser uma vaca amojada
Cheia de leite puro bom natural
Do que ser uma vaca fardada
Sem fardão com fraldão
A ser este cadáver amofinado
Apoquentado pela vida
Aflito pelo espírito
Enfadado pelo destino
Infeliz na eternidade
Nada em mim é amoedável
Se pode amoedar
Ou cunhar em moedas
Para comprar seja lá o que for
Em mim não existe amoedação
Cunhagem de qualquer valor
Transformação em moedagem
Aquilo que ponho a mão
Sou um Midas maneta
Tenho a designação dada
Às plantas animais
Que vivem na areia
Um amódita sem ambiente
Toda curva de frequência
Que não me admite
Nem máximo nem mínimo
Isto é que não me deixa possuir
Nem moda nem antimoda
Um amodal estático inerte
Sem lugar para se esconder
Sem buraco para se ocultar
Um só amocar de dor
Um só amocambar de lágrimas
Reunir-me em mocambos
Para escondido refugiado
Oculto amocambado
Fugir da luz da vergonha
Amocado tal um vampiro sinistro
Que uiva de dor
Ao sentir na pele a luz do sol
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