Vivia a fugir pela terra
Não tinha um albergueiro seguro
Um hospedeiro amável
Um estalajadeiro de bom coração
Aonde chegava era tratado
Como se fosse um cão
Nada tinha de albescente
Que ao ser originariamente colorido
Desmaia para o branco
Estava mais para desmaiar
Mas era de fome
Não tinha em mim o elemento
De composição vocabular
Com o sentido de branco
Alvo igual a neve
Meu sangue é de negro
O preconceito é maior
Do que a dignidade humana
Não era um cão albicante
De cauda branca
Nada fazia para albificar
Tornar-me alvo de branco
O tempo dentro de mim
Não percebia em mim a maneira
De me tornar albicante
Esbranquiçado igual Michael Jackson
Não sou albicastrense de Castelo Branco
De Beira-Baixa Portugal
Não sou nem natural nem
Habitante dessa cidade
Sou é de Teófilo Otoni
Estado de Minas Gerais
Não tenho o albicaule
Nem o tronco branco
Nem o albicole
Pescoço branco
Nem meu espírito é albido
Quero até passar por um processo
De albificação total
Mas não do lado de fora
Sim do lado de dentro
Com meu branqueamento
Não o branqueamento de Albi França
O natural e habitante albigense
Estou mais para o herege dos séculos XII XIII
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