Jaquetas ou casacos mal feitos
Sofrer opressão de vexame
Era o meu alimento de albardado
Aparelho com albarda de albardão
Grande forrada de carneira
Com bordas própria para cavalaria
Até que raiou o dia
Parei de me albardar
Parei de me vexar
De me oprimir
De me cobrir com ovos
Deixei de ser fatias sardinhas
Sou agora um suculento bife
De carne bem macia
Coberto só de rosas silvestres
Albardeiras perfumadas
Não caio mais em armadilha
De apanhar falcões
Nem eu nem meu coração
Ficaremos presos em albardilha
A nos alimentar de albarela
Cogumelo comestível
Que cresce nos castanheiros
Pois agora sou tão saliente
Quanto uma albarrã silvestre
Cebola da família das Liliáceas
Quanto à designação
Que se dava à torre
Em castelos de muralhas
Transformei-me em ser alberente
Instalado confortavelmente
Branco de alvo como a neve
Prestativo como a vala
De encanar água para sangrar a terra
Como o dreno que tira o pus
Da carne adoentada numa alberca
Estou já asilado então em mim
Recolhido por caridade
Hospedado por bondade
Albergado na minha própria alma
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