Sou um ladrão
Tenho queda para ladrão
Sou o que furta alguma coisa
O qualificativo do peso
Em que há furto no aladroado
Tudo em mim cheira
A cercear com fraude
Só sei diminuir com dolo
As qualidades alheias
E aladroar os semelhantes
A alagação do meu rosto
Não deve sensibilizar ninguém
A inundação em minhas faces
Não deve causar abalo
Comover abaular o coração
Fazer as pessoas apiedarem-se
Mover-se às súplicas sensíveis
Contra o meu sofrimento
Meu terreno é alagadeiro
Espírito paludoso
Meu semblante é alagado
Pois sou um desperdiçador de oportunidades
Um perdulário contumaz
Gastador do tempo
O meu pranto encharca
Meu choro alaga com razão
Não parem o meu comportamento
De alagador de ilusão
Sou um ladrão da verdade
Dou a cabeça ao cepo
Dou o pescoço à corda
Entrego-me ao meu castigo
Não mereço ser este alagamar
Pequena angra serena
Guarnecida de penedos tranquilos
Onde a maré penetra
Diminuída de sua força
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