Chorei muito na despedida
Que as lágrimas formaram uma albufeira
Como se fosse uma lagoa
Formada pelas águas do mar
Uma represa imensa que
Pensei que iria afogar-me
Mesmo ao alborotar-me
Ao alvoroçar-me de desespero
Não conheceu meu despenhadeiro
No albor da manhã
No alvor da madrugada
Saiu em disparada
A correr pela estrada
A deixar-me sozinho com o meu albogue
Meu alboque companheiro
Antigo instrumento de música
Deixou-me apenas este calcário friável
Que geralmente contém sílica
Este fosfato de cálcio
Esta argila de barro
Chorei tanto na despedida
Que nem houve despedida
Só este albizo esta espécie de greda
Esta pedra albita que escreve
Este mineral triclínico
Do grupo dos feldspatos
Plagioclásio trissilicato de alumínio
Só este sódio sórdido solitário
Este boi albistelado cujo pelo
Tem estrelas manchas brancas
Emprega-se tudo em relação
Na esperança da volta albirrosada
O momento sublime que acontece
Na cor entre o branco o rosado
Do nascer do dia
Para o choro da agonia
Para este bater de bico albirrostro
O suor deste focinho gelado
Morre desesperado não vai voltar
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