sábado, 25 de agosto de 2018

Llewellyn Medina, Como o vento; BH, 0250102010; Publicado: BH, 0250102010.

Como o vento
pode ser tão inclemente
Com as pilastras cinzentas
do prédio em que moro
nesta cidade morrenta
de Belo Horizonte?

O vento bate à janela
( não abro )
O vento sibila
( não ouço )
O vento marulha
( não há mar )
O vento insiste
( eu também )

Será se esse vento
está atraindo o mineiro pro mar?

Mas o mar está tão longe
Há tantos montes
Montanhas
Mineiros
entre Minas e o mar...
Mas porque o vento insiste
e canta esse canto que somente o mineiro ouve?

Oh! vento!
Vou vestir meu mais protetor abrigo
vou tapar os ouvidos
pra não ouvir o chamado do mar
vou enfiar a mão nos bolsos
tão profundamente
que não haverá fímbria de minha alma
pra ser tocada pela saudade do mar.

Depois
vou correndo pro mar
porque sei que este lamento
que vem do vento
é o chamado que todo mineiro ouve
( e não consegue olvidar...)
Pois depois das montanhas de Minas
Há sempre o mar.

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