quarta-feira, 25 de julho de 2018

Foi menino alfeninado; BH, 050202000; Publicado: BH, 0310702012.

Foi menino alfeninado
Nos tempos de criança
Delicado efeminado que tinha
O apelido de carneirinho
Era bem cuidado guardado
Por mãe madrinha vó
Branco sonso como o alfenide
Como a liga metálica que imita a prata
Alfeneniro brejeiro gostava mais
Do convívio das meninas do que
Do convívio dos meninos
Parecia um pezinho de alfena
Tingido com os baos enfeitado
Mais para alfenar o arbusto
Da família das Oleáceas
Alfenado pela própria natureza
Só não gostava de alfeixar
Como o pau que se encaixa
Nos testeiros das serras
Só para terminar maus dias
Como um guardador de alfeire
O alfereiro do rebanho de ovelhas
Que não pariram nem estão prenhas
Guardador de chiqueiro de porcos
Ao ferro que serve para abrir os alvados
Às enxadas martelos machados
Alfeça que volve a terra revira-a
Deixa-a fofa macia
Para que pise de pés descalços
Perfumar com alfazema
Alfazemar os esconderijos
Feitos de alfavaca-de-cobra
Planta da família das Rutáceas
Do plantio de alfarrobeiras
Do fundo do alfarrobal
Onde já foi alfaraz
Cavalo árabe adestrado na guerra
Hoje o alfario cavalo de paz
Brincalhão rinchador
O bastam os arbustos verdes
Que rasteiam pelo chão

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