Sabe gente mesmo que ninguém queira saber
Preciso desprender-me do papel preciso
Livrar-me das linhas perder a alcunha o
Apelido arranjar um nome um sobrenome
Sou há tanto tempo coadjuvante estou a
Envelhecer ainda secundariamente sou
Há tanto tempo pseudônimo assino
Anonimamente que agora sinto
Necessidade duma relevância alguém
Precisa levar-me em conta mesmo
Que seja eu mesmo o menos importante
Nesta história tudo porque gostaria
De ganhar ares de gladiador
Ter uma arena para mim ou um
Picadeiro para as minhas palhaçadas
Tudo porque quero ser personagem
Da vida da humanidade vejo
Uma luz de palito de fósforo já
Penso que é uma luz do fim do
Túnel a vir em minha direção
Cai a ficha da realidade desperto
Da ingenuidade da enganação
Do destino que levo não consigo
Plateia nem em botequins falo igual a
Um mudo tenho ouvidos surdos para a
Arte a pressa de quem está com dor
De barriga de quem vive choramingas
Pedi pena compaixão caridade pelo
Amor de Deus uma esmola um pedaço de pão
Um trapo de pano um resto de comida mas
Quem quer saber dum mendigo sentado
Numa calçada a pedir em nome de Deus
Sem ter procuração?
A ingenuidade da enganação (?)
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