Meu samba é assim um samba batido
Que só fala de mim não tem cadência
De pandeiro cavaquinho ou tamborim
É um samba que ninguém quer ouvir
Quem escuta começa a rir ao
Tentar sambar no pé se embaraça
Todo ameaça cair quando
Chega à mesa do bar entre umas
Outras bebe até embriagar não é
De palmas na mão nem de viola
Ou de violão é do bloco do eu
Sozinho a arrastar minhas cinzas
Nas quartas-feiras depois dos funerais
Dos carnavais pois no meu samba
A mulher não entra o amor foi para
Escanteio as dores são banais
Expulsa o rebolado das mulatas as
Passistas consagradas até a porta-bandeira
De quem eu era mestre-sala me
Deu um chá de cadeira no terreiro
Da escola foi vista na Mangueira
De colombina a namorar arlequim
Um pierrô de porre desafinado
Meu samba eletrônico foi eliminado
Pois é difícil fazer samba sem Cavaquinho
Cartola Medeiros Viola Cachaça
Xangô Jamelão Candeia ilumineis
Clementina Natal resgateis este samba
Pelo amor de Deus chameis o Sargento
Para botar ordem no pagodinho o Zeca
Já não é o mesmo Guineto está tão
Quieto aviseis ao Dudu que com fé
No Nosso Senhor do Bom Fim que pode
O dia clarear mas a batucada não vai acabar
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