O bom autor é aquele que não se empolga
Na hora de escrever por que se empolgar
Acabará a escrever sem profundidade espirito
Alma pelas regras atuais o bom escritor é o
Que não usa sentimentalismo adjetivos
Temas sociais políticos todo grande autor é
Frio metálico racional escreve
Não procura agradar ou satisfazer quem espera
Emoção prazer nos escritos de hoje têm que voltar
A ler a Bíblia hoje só serve a escrita que contém
Crueza que está nua que não contém
Escrita sim símbolos imagens sons visuais
Tal a moderna revolucionária para quem um pingo
É o universo quanto mais letras palavras justamente
Os de menos importância na atual linguagem
O alfabeto não é usado as letras vivem na indiferença
As palavras desnecessárias na fala cotidiana
O vocabulário é reduzido ao mínimo possível num
Glossário conciso as elementares expressões
Que nos colocam na condição de seres humanos
Superiores nós já não as usamos as idiomáticas
Um bom-dia é difícil uma boa-tarde impossível
A boa-noite inaudível por favor muito obrigado
Dá licença desculpe perdão viraram grunhidos
Pré-históricos todos temos vergonha de usá-los
Educação quem tem guarda no armário faz questão
De não usá-la vive todo mundo a parecer que
Não tem educação ou que a não existe
Bem o papel do bom autor também não é esse de sair
Assim do trilho passar para a contra-mão ir
De encontro às tendências aos comportamentos
Ou à falta de é se fazer entender através de metáforas
Enigmas mistérios dilemas não entregar de
Forma fácil leviana superficial o teor o cerne o verniz
A verve de sua escrita ou do contrário não será aceito
Virará réu estará sempre em julgamento condenado
À revelia ao ostracismo intelectual abandono cultural
Já nascerá natimorta a tentativa duma obra moderna
A melhor coisa na vida dum ser humano é
Escrever bem bom seria se cada um no seu dia a dia escrevesse
Seja lá o que fosse de romance à poesia da ode
À elegia da realidade à fantasia
Nenhum comentário:
Postar um comentário