Oh sino que planges nas tardes voluptuosas
Acordando em meu peito amargas sensações
Sois o mesmo cantor de estrofes vaporosas
Nas manhãs festivas de rutilos clarões!
Bem sabeis transmitir alegrias pomposas.
E tristezas sem par, derramando aflições,
Numa tarde outonal, esfolhando-se as rosas
Entre misto de dor de febris orações!
Mas, oh sino cantor, eu vos amo mais ainda
Numa tarde a morrer evocativa e linda,
Numa tarde de flor, num poente tristonho.
Porque na vossa voz entristecida e incerta,
Lembrais uma alma triste, igual a mim, deserta
Desiludida enfim dos extases de um sonho!
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