Eles e eu
Eles são ricos fortes plenipotenciários
Poderosos têm deuses para protegê-los
Santos para fazerem milagres papas
Padres pastores para perdoarem seus pecados
Têm carros importados whiskys legítimos
Vinhos saudáveis máquinas super modernas
Parafernalias eletrônicas de última geração modelos
Famosas desejadas por todos enfim
São invejados têm tudo de
Tudo não lhes falta nada se
Safam se esbaldam fazem festas
Banquetes orgias bacanais olham
Esbugalham os olhos querem sempre
Mais juntam dinheiros com muita usura
Eu só tenho a literatura só sou
O prisioneiro da caverna platônica só
Sou o porco Diógenes no barril o cego
Homero a vagar de aldeia em aldeia a
Viver da ajuda alheia não tenho deuses
Não tenho santos não tenho padres
Muito menos papas só tenho cá comigo
Os meus demônios socráticos as minhas
Dúvidas as minhas incertezas as
Derrotas fracassos outras coisas mais
Que eles não conhecem pobrezas
Misérias desgraças mas que são os maiores
Causadores eles são a elite a burguesia
Eu sou a poesia o poeta herético
A utopia a bigorna a marreta a azia
A ferida crônica purulenta que está sempre
Aberta para a festa das moscas infernais
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