quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Ao olharem nos meus olhos verem a estupidez; BH, 030602008; Publicado: BH, 030102010.

Ao olharem nos meus olhos verem a estupidez
Que não tenho força nem sustento um olhar tomarão
Conta de mim ao gritarem comigo ouvirem
Que não tenho voz que só sei soltar balidos
Falar igual ao carneiro ou a ovelha me escarnecerão
Pois saberão que não sou não tenho audácia
Não sou ousado tenho remorso até da minha
Própria existência ao me convidarem para algum
Evento se arrependerão verão que não tenho
Etiqueta não tenho estilo nem educação
Não sei me comportar à mesa não sei beber nem
Comer não seguro um talher como manda o figurino
Em suma causo má impressão causo constrangimento
Envergonho a todos que estão em minha companhia
As mulheres então coitadas sofrem na minha mão não
Sei tratá-las não sei respeitá-las muito menos amá-las
É por isto que todas passam léguas de distância de
Mim todas fogem quando chego perto quando batem
Os pés também acabo por fugir de medo de covardia
Estou com a estupidez impregnada dentro de
Mim penso que quando impregna numa
Pessoa a gente morre não acaba se instala
No nosso âmago ninguém mais a tira de lá
Nem com exorcismo sai só aumenta aumenta a
Parecer querer nos sufocar quem não tem essência
Ai dele quem não tem alma cerne pobrezinho a
Parte mais íntima de si é reduzida a algo da
Qual todo mundo ri debocha escarnece
Então que não sei ser que não sei existir até
Para andar sou um desconforto passo malgrado
Meu por maus momentos na roda na boca dos
Amigos imagina nas dos inimigos aprendi a
Não aprender passei a não ter discernimento
Todos perderam o respeito por mim aprendi a não
Compreender o mais elementar o mais lógico dos
Fatos passa despercebido por mim não noto nem
Observo só sou notado por que sou desengonçado
Se não fosse isso passaria mais anulado ainda
Nem ouviria os risinhos zombeteiros dos cínicos vis
Escarnecedores mas também sei fazer as mesmas coisas
Com os outros parecidos comigo pois não sei respeitar
Ninguém a humanidade é um círculo vicioso

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