A arrelia que trago
Guardada dentro de mim
É a zanga bruta eterna
O mau presságio
Que não deixam-me arreitar;
Excitar o apetite sexual
Sentir os desejos sexuais
É o ódio que carrego
A ira que demonstro
A cólera que sinto
Tudo faz-me arreliar
Irritar-me até
Com o ar que respiro
Afogar-me até
Com a água que bebo
Não vejo quando
A arrematação destes males
Um dia me transformará
Num homem normal feliz
Não vejo quando
Vou poder arrematar
Pôr remate na dor
Terminar a impotência
Acabar com este terror
Comprar em leilão uma solução
Concluir com a resolução
Que porá fim
A infelicidade infinita
Que respira dentro de mim
Quero conseguir com a vida
Este meu arremate
O acabamento do tormento
Que parece não querer
A deixar-me viver
Teima em fazer-me arremedar
Teima em fazer-me uma imitação
De homem sem coração
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