Meu amigo Zé do Rádio
Vem a descer a ribanceira
Na frente dele a correr
Uma mulher maneira
Atrás dela vem o marido
Na mão uma peixeira
Já vi mineiro correr atrás de queijo
Mas igual Zé do Rádio
Corre atrás de mulher
Mesmo que atrás dela venha o marido
Com uma faca na mão
A correr mais do que busca-pé
Zé do Rádio é meio doido
Maluco de dá dó
Faltam todos os parafusos da cabeça
Amarra onça com cipó
Bebe toda cachaça que encontra
Para ver se ainda fica pior
Mora sozinho numa toca
Que nem morcego aguenta
Mesmo onde não é chamado
Chega para meter a venta
A vida que o Zé leva
Arde mais do que pimenta
Lá vem meu amigo Zé do Rádio
A pular mais do que cabrito no morro
Rápido tal o jeito do catingueiro
Um dia vende tudo que tem
Para arranjar algum dinheiro
Noutro até a alma o diabo é que não é ligeiro
Com toda experiência de vida
Causa inveja ao mundo
Engana as doenças com precisão
Engana a morte com intuição
Este que acabei de apresentar
É que é o meu amigo Zé do Rádio
Sujeito de peito largo de vasto coração
Fim dos fragmentos da série "Gols Mentais."
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