Os pássaros da noite estão de
Volta aos seus ninhos uns ainda
Com o copo de cerveja na mão outros
Cansados se arrastem cosidos à parede
Mais alguns dão as últimas bicadas
Depois da refrega já
Estou ressuscitado no ponto de ônibus
Vejo-os passar no voo dão rasantes
Voam baixo voam devagar ou voam
Alto restos de noite correm rápidos
Pelos cantos serenos orvalhos brisas se
Dissipam os raios de sol afugentam os seres
Noturnos as estrelas fogem para um
Outro céu a lua empalidece por
Detrás das montanhas de Minas Gerais
O galope selvagem do sol vem a subir
Os montes atinge os pícaros chega aos
Cimos desperta as borboletas faz saltar
Os grilos a libélula para no ar fica
A observar a lagarta aparece num
Toco de pau o calango desce do muro
A vida recomeça no universo
Agora o operário já vai longe com a
Marmita debaixo do braço o trabalhador
Da bicicleta passa dá bom-dia o
Ônibus chega já apinhado entra mais
Um que desagrado silêncio fúnebre
Todos perecemos dentro do féretro
Seguimos ao enterro ou para o enterro:
Todo mundo com cara de morto
Ninguém parece feliz escondemos os
Nossos rostos não olhamos para os rostos
Dos nossos semelhantes solavancos
Freadas palavrões acidentes atropelamentos
Motoqueiro caído na pista sangue
No asfalto a indiferença paira é
Só mais um dia que começa
Mais uma rotina a luta pela sobrevivência
Muitos talvez nem voltem à casa não
Serão temas dos observadores dos pássaros da noite
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