Sou como a onda do mar
Não vou aprender nunca
Vou arrebentar sempre na areia
Fazer marulho contra as rochas
Voltar ao mesmo lugar
Morrer sempre na praia
Sou a arrebentação faço barulho
Contra qualquer obstáculo
Grito no abismo ecoo no precipício,
Uivo na caverna
Não espanto ninguém
Não meto medo em ninguém
Nem em criancinha assustada
Não boto ninguém para correr
Sou o Golias que Davi decepou
O Ciclope que Ulisses cegou
O et esquecido na Terra
Só sei arrebicar-me por fora
Não sei me enfeitar por dentro
Meu exagero é superficial
Feito um arrebique de homem
Máscara de cosmético encobre a covardia
Enfeito exagerado de ser humano
Encobre o medo ridículo
Meu atrevimento é de palha
Arrebitamento que julgo ter
Se desfaz com qualquer bater de pés
Qualquer grito me faz treme
Até me arrepiar até à cabeça
O dia em que me arrebitar
Revirar-me para cima
Emproar o meu peito
Ao armar-me da verdade
Transformarei-me então
O orgulhoso pretensioso
No rosto o arrebol
A cor avermelhada
Do alvorecer duma nova vida
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