Ando à procura da criatividade
Da inspiração não importa-me
A falta de charme de sedução
Por fora material não tenho
Nada por dentro um coração
Há quem abre mão dos sentidos
Extermina os sentimentos
Exclui a paixão esnoba a fé
Pensa que só age com razão porém
Só pensa com a carne com os nervos
Os ossos a sofreguidão há
Quem é só racional frio
Calculista visa satisfação
Nunca se conforma quer
Sempre mais busca à toda
Hora só corre atrás de tudo
Mesmo que não lhe falte mais
Nada a cara já está cheia
A barriga para estourar nada
Mais tem a procurar procura a
Saber que mais nada achará
Só o saco cheio o tédio a solidão
Só a ansiedade a angústia a
Sensação de que é um inútil
Fútil vil ainda bem que
Se conheço-me só ando a procurar
A poesia um poema universal
Uma obra com a qual
Esqueçam-me lembrem sempre
Dela uma arte que seja sempre
Eternamente bela maior do que sou
Mesmo que os créditos a condicionem
Como se fosse criação minha
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