Quando a morte vier me busca
Para estudar geografia nas terras
Do além o que pode ser hoje amanhã
Ou na semana que vem quero
Estar bem preparado como convém
Para que não sofra muito nem
Deixe a sofrer por aqui alguém
Quando a morte vier me buscar
Para virar fantasma nas terras dos
Espíritos não quero ser psicografado
Muito menos incomodado pelos mortos
Que ficarão aqui deixeis-me lá na
Minha esfera no meu plano ou engano
Não penseis em mim os que chamais-me de insano
Não bebi absinto pelos bares da noite tal Van Gogh
Todas telas que imaginei não passaram
Por minhas retinas ficaram todas na minha
Pinacoteca imaginária bem escondidas
Dentro de minhas pálpebras cerradas
Com Van Gogh sim quando a morte vier
Buscar-me para pintar telas no limbo
É que realmente quero encontrar
Da orelha da mão na chama
Uma cortada a outra queimada
Dessa força dessa audácia dessa
Ousadia é que quero beber
Então encontrar meus companheiros
De orgia literária meus camaradas do
Sarau cultural meus guias meus entes
Minhas entidades terei certeza que não
Sentirei-me simplesmente um morto
Morto sinto-me é agora enquanto
Escrevo estas linhas mortas pois quando
A morte vier buscar-me Bandeira fará
De mim uma estrela Quintana um passarinho
Van Gogh uma tela Machado um
Pergaminho com a foice o martelo
De Portinari abrirei nas terras eternais meu caminho
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