Nunca vou vencer-me
Pois mais forte que sou
Só sou o mesmo
Nunca vou arribar-me
Chegar à minha embarcação
Em meu porto seguro
Em virtude do imprevisto
Do inseguro que represento
Na minha arribação
Tem um caminho arribanceirado
Que forma uma ribanceira
A impedir a passagem
Não posso partir de mim
Não posso dar no pé
Fugir de mim mesmo
Têm pessoas que se vencem
Com maior facilidade
Não me consigo-me
Sou meu próprio arrieiro
Conduzo as minhas próprias bestas
Com as minhas próprias cargas
Nas minhas próprias costas
Sem arrimo para libertar-me
Sem o apoio que serve-me
O amparo devido
A proteção necessária
Abandonado de família
Sem a pessoa que assume
Os encargos a subsistência
Daria um arriel
Uma pequena barra de ouro
Se a tivesse
A quem quisesse apoiar minha argola
Amparar meu anel carcerário
Arrumar meu ser
Valer-me no enrijar das minhas pernas
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