A minha caixa grande chata
De madeira ou de osso ou de ferro
Para guardar as coisas que um dia
Vim vi pela vida à fora armazenei
No baú craniano de concreto marfim
No móvel baixo fechado bufê
Guardei donde não sai nem entra
O que poderia ser a metamorfose
Dum ser insignificante a superior
O meu arcabouço cerebral
É a armação duma estrutura
De esqueleto enferrujado tórax vazio
Que nem bala de arcabuz canhão fuzil
Fura nem bala de arma de fogo bacamarte
Vara a arcada dura que trago
No alto do pescoço
As sequências de arcos de metal
Abobada arqueada intransponível
Na curva formada por certas partes ósseas
De ossos de marfim calcificados
A luz não penetra o sol não derrete
É chapeado do mais resistente metal
Ser arcaico a sonhar em ser árcade
Ser membro da arcádia academia literária
Da sociedade romana nos séculos XVII XVIII
Com vistas ao retorno dos ideais clássicos
Antiquado desusado com meu arcaísmo
Com a minha forma de construção linguística
Antiquada ultrapassada em relação
A todo determinado momento da atualidade
Modernismo avançado comunicação dinâmica
Ser arcaizante que emprego
Possuo o arcaísmo do arco da velha
Querer que o arcanjo
O anjo da ordem superior
Reconheça-me como escritor
Literato poeta
Realmente sou um gozador
Nenhum comentário:
Postar um comentário