Estou literalmente na caverna platônica
À minha frente não está a parede onde
As formas eram refletidas mas está um
Muro recém rebocado donde não
Consigo livrar os seres aprisionados
Na face dum muro há muitas faces
Ocultas misteriosas desconhecidas anônimas
Dum dia para o outro se renovam
As faces de ontem já não são mais as de hoje
Algumas já morreram outras mudaram
Outras se transformaram se metamorfosearam
Em outros seres se foram felizes não sei
Se são felizes não sei se serão felizes também
Não saberei sou só o morador desta
Caverna meu olhar perscrutador percorre
O muro de ponta à ponta em cada sentido
Direção surge um ente inusitado
Arrasta suas correntes pelo assoalho se
Refugia no sótão do coração se esconde
De medo no porão não vem à tona
Os sons passam como se fossem super-sons
Às vezes nem consigo ouvi-los quando
Volto a abrir os olhos a população já se
Moveu cresceu uns ocupam o lugar
Doutros aquele que consegue sair
Vem pregar a novidade que é do
Lado de lá fala em linguagem
WCuneiforme explica em rabiscos em
Aramaico parece mais código cifrado
De extra terrestres tem algum enigma nessa
Coisa aí falam uns para os outros só
Sabem conversar em telepatia o muro
Cada vez se enche mais o silêncio é
Ainda maior todos gritam gesticulam
De bocas abertas de olhos arregalados só
Quero ver o dia em que o mestre de obra
Platônico ou socrático acabe com essa
Farra mande empedrar de vez de
Cima a baixo não conversarei mais com
O muro mandarei mandarim mensagens só através
Da bruxaria inventada pelo Bruxo
Do Cosme Velho mesmo assim se for
Laureado aceito nessa escola de escala universal
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