Vou morrer insano
Mas deixarei aqui para ti
Todo este meu amerício
Este meu elemento químico transurânico
De número atômico 95
De peso atômico superior a 238
De propriedades altamente radioativas
Deixarei este meu nome dado
Em homenagem ao meu Novo Continente
Deixarei este Novo Mundo
Ao deixar-me aqui dissecado
Para ti me veres a me conheceres
Ao teres compaixão de mim
Ao teres amerceamento dos meus erros
Remissão das minhas culpas
Condoimento das minhas falhas
Faltas vacilos inevitáveis
Venhas amercear-te de mim
Estou perdido inseguro bobo
Não quero morrer sem ter
Nada o que deixar para ti
O que resta-me de mim
Sou nestas folhas de papel idiota
Nestes papiros de pergaminhos
Nestes fragmentos de restos de sobras
Ao amento da minha sepultura
No amentilho da cova
Só quero a inflorescência chamada também
Florescência no conjunto de disposição
Das flores na planta o modo
Pelo qual as flores se apresentam
Nos ramos do agrupamento floral
É o que vai embelezar meu leito final
Não passo de solitária espiga
De variedade simples unissexuada um
Amentífero amentiforme que morre amente
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