Quero ruir junto comigo não abandonarei-me
Bem-aventurados os que se vão ruir
Pois serão chamados levantados do pó
Da poeira dos entulhos bem-aventurados os
Que vão se arruinar pois serão chamados da
Ruína dos escombros dos escolhos
Quero ser escolhido comigo não deixarei-me
Sozinho chamarei-me de mim de volta às raízes aos
Grãos de areia ao átomo retornarei à
Matéria bem-aventurado não terei mais
Os pés de barro o sopro que darão nas
Minhas narinas será com amoníaco sairei a
Correr feito louco pelas ruas da cidade
Jogarei para cima os meus olhos apanharei
Na visão os retalhos costurarei nas retinas
As imagens com a linha do horizonte
Tecerei nos cílios os tapetes persas nas pálpebras
Cerradas brasões familiares nas sobrancelhas
Escudos de cavaleiros andantes elmos de
Mambrinos lanças de guerreiros nas pestanas
Sanchos Panças Dons Quixotes duelos batalhas
Pelejas vilarejos aldeias povoados defenderei
Meus albergados Dulcinéia Del Toboso também
Quero ter uma de lábios bem formosos beijos
Encantados que salvem este mancebo do cepo de
Degola da cerimônia que imola deus
Nenhum merece que eu seja sacrificado a
Ele nem eu nem outro animal de minha marca
O que que posso fazer? não sei subir as
Escadas não sei sorrir para a amada não tenho
Nada para oferecer meu biombo está
Oco estou inchado sou a rã que viu
O touro quis ficar do tamanho dele sou o
Corvo que perdeu o pedaço de queijo por vaidade
A raposa sempre conseguiu me ludibriar o lobo
A devorar-me a lebre a deixar-me para atrás a
Onça de boca arreganhada a mostrar as
Presas afiadas assedia-me para eu virar repasto
Para oferece-me mundos fundos
Só deixo o mundo entro no fundo
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