Já perdi todo o meu fôlego
Fui facilmente alcançado
De nada adiantou ser empenhado
Continuo todo endividado
Atrasado com minhas contas
Sou um homem alcançadiço
Meu fogo é de palha
A água alcança-me logo
Quase a matar-me afogado
O meu alcançador de mim
Pode ser qualquer um
Que seja senhor de si
Não sou senhor de mim;
Pois faço uma alcançadura
Com as minhas pernas
Tal a confusão que o animal
Faz em si mesmo
Na parte inferior dos membros;
Logo perco terreno
Sou amplamente atropelado
Sou passado por cima
No meu alcançamento
Tenho só que permitir
Todo o conseguimento
Sem nenhuma reclamação
Não atinjo a minha sumidade
O meu cimo de montanha
Píncaro de monte
Alcantilado de despenhadeiro escarpado
O alcandor íngreme da existência
Sou falcão sem poleiro
Alfaiate sem espécie sem cabide;
Fui destituído da alcândora
Não fico mais empoleirado no alto
Não sou mais colocado à grande altura
Não fui mais alcandorado por ninguém
Colocaram areia na minha alcamonia
Meu doce de melado de farinha de mandioca
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