terça-feira, 26 de junho de 2018

A minha poesia não tem; BH, 0270801999; Publicado: BH, 0230602012.

A minha poesia não tem
Nenhuma arregimentação
Meus pensamentos não conseguem
Arregimentar nenhuma força ou
Fazer regos nas pedreiras
Abrir gretas nas portas
Fendas nos muros
Buracos nos rochedos
Arregoar canais de irrigações
Em terrenos áridos desérticos
Terrenos calcinados pelas queimadas
Não sei como associar
Reunir em regimento
Os meus ideais
Colocar arreios nas minhas ideias
Como o conjunto de peças com que
Se aparelha o animal para a montaria
Sou um peão amador sem adorno
Trago dentro de mim
Um animal selvagem
Que não aceita amarras
Freio sela cabresto
Só quer ser livre
Defender a liberdade
A verdade absoluta
Abominar a mentira
A levar a mensagem
Do fim da falsidade
Do fim da ilusão
Com a segurança
Com a disposição
Dum atleta saudável
Quebrador de recordes
Ilimitado na ansiedade
De levar a minha poesia
Ao extremo da artéria cordial

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