A burrice é como a arreceada
Ao brinco de argola preso no focinho
Dum touro bravo indomável
Nunca terei uma arrecadação inteligente
Um local onde se arrecada a cultura
A cobrança constante do uso da inteligência
Nunca poderei corresponder à altura
A burrice não deixa
Nada para arrecadar de útil favorável
Ao desenvolvimento
Como gostaria de ser um arrecadador
De obras-primas de obras de arte
De obras eruditas de obras clássicas
De obras barrocas
De obras sábias geniais colossais
Minha cabeça cheia de arrecifes
Minha mente de atol
Impedem a entrada de qualquer
Ato de arrecadamento em benefício
Da sabedoria da cultura
Arreda para lá mediocridade
Fora burrice afasta tolice
Quero expressar o afastamento
O arredamento de todo o entulho
O remover de toda podridão
Que causam a paralisia cerebral
Vou arredar-me de mim mesmo
Viver arredio afastado
Desviado dos caminhos
Esquivo pelas sombras
Para não misturar com as pessoas normais
Nem ofuscar com a opacidade
O brilho da luz doutros
Até que o tempo me faça aprender
O que penso ser impossível
Até que a vida me ensine a viver
O que também é mais impossível ainda
Até que sinta brotar na escuridão
O resplendor da luz da razão
Sai para lá assombração
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