Qual será o dia em que poderei gritar
Enfim curei sarei não estou
Mais louco qual será o dia em que
Enfim poderei gritar agora tenho segurança
Agora tenho confiança agora tenho
Garantia a minha certeza não é mais
Dúvida saí da corda bamba emergi da areia
Movediça estou fora do sufoco da depressão
Da consciência pesada deixei de ser mudo perante
O mundo deixei de ser cego deixei de ser
Surdo não vou mais insensibilizar-me agora
Sinto todas as sensações habituais comovo-me
Aquele ser imperceptível morreu aquela covardia
De fugitivo da guerra aquele medo de criança
Do escuro de levar taca surra da mãe morreu
Posso dizer melhor gritar talvez até uivar quem
Sabe urrar para que todos possam ouvir que não
Tenho satisfações a dar a ninguém não nasci para
Servir de cobaia bode expiatório nem herói
Não venha o destino querer fazer experiências
Comigo pois não permitirei não ficarei de
Penas bambas nem tremerei atravessei o sol
Não temerei a tempestade farei cessar os abalos
Sísmicos os terremotos demais distúrbios
Romperei os tendões dos invulneráveis quebrarei as
Vértebras todos terão que se arrastar no lodo tal
Qual arrastei-me subjuguei-me humilhei-me
Até aparecer os fundos não abanarei mais o rabo
Nem lamberei mãos alheias quando latir agora
É para afugentar os ladrões de minha felicidade
Quando rosnar agora é para impor-me
Mostrar ousadia provar audácia mas tudo
A mim mesmo em nome da minha liberdade
Autonomia independência nada em nome
De outrem nada de procuração a pessoa no front da
Vida na frente da batalha não será outra se não
Eu mesmo desarmado nu coberto só de razão
Fé armado só de coragem aquela que destrói
Com o olhar fortalezas castelos muralhas aquela
Que com um sopro restitui a vida faz ecoar entre
As montanhas o grito da vitória anunciada
Nenhum comentário:
Postar um comentário