Puta que pariu
Não sinto mais vontade de parir
Nada mais leva-me a refletir meu
Pensamento ruiu a poesia transformou-se
Em fluidos gasosos em moléculas de ar rarefeito
Já nasci sem vontade de viver sem
Ânimo para sonhar cada planejamento
Para o meu destino está mais distante
Do que o meu destino só o meu destino
É que está perto certo a morte súbita
Densa precoce qualquer que seja
Acendais desde já as velas colhais desde já
As flores prepareis desde já o epitáfio o ataúde
O féretro o caixão o aqui jaz fúnebre toda
Mortalha possível apagueis de minha
História todo vestígio de minha história
Deixeis-me ser esquecido destruais
Os fatos as fotos incinereis os boatos
A verdade não se preocupeis pois a
Verdade não conheci os meus legados
De herança a mentira a falsidade o engano
A ilusão deixarei como prisão da qual
Nunca pude libertar-me são meus percalços
Empecilhos aos braços da liberdade ao
Saber do desfrutar da felicidade
Puta que pariu
Estou nu no meio da rua
Não tenho de beber muito menos de
Comer meu crédito virou débito meu
Débito é impagável não tenho a quem
Recorrer nem ninguém para socorrer-me
O que tinha para vender foi a alma
Vendi ao diabo não pagou
A dignidade vendi fiado não recebi
Virtude não tenho para vender
Por isto não desvendei os segredos das
Coisas nem os mistérios ou o raio x da questão
Fui reprovado pois tudo foi em vão não
Tentei por mim não lutei por mim já
Entrei na briga em desvantagem derrotado com
Muitos tapas na cara dados pelos adversários
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