Meu raciocínio não é apriorístico
Nem consigo libertar-me
Deste aprisionamento que sufoca-me
Impede-me de respirar
Quer cada vez mais aprisionar
O ar dentro do meu peito
Tudo em mim é prisioneiro
Tudo que tenho está em prisão
No meu mar não existe lugar
Para minha embarcação aproar
Não existe o caminho
Para dirigir a proa
Em determinada direção
Não sei encaminhar meus passos
Nada em mim é aprobativo
O que tenho que aprovar
Qual aprovação envolve-me?
Vivo um aprofundamento superficial
Quero aprofundar-me à tona d'água
Tornar-me fundo no raso
Estudar sem saber ler
Pesquisar não ter enciclopédia
Penetrar em mim mesmo
Não encontrar saída
Aprontar meu semblante
Pôr-me pronto preparado
Vestido arrumado não aparecer
Ninguém para a minha apreciação
Ninguém quer se apropriar de mim
Estou a dar-me de propriedade
De mão beijada a alguém
Tornar-me próprio duma pessoa
Adequar meu espírito a outro
Acomodar o ser para sentir
Quem vai apossar-se de mim
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